O fluxo de criptomoedas na América Latina cresceu 800%, impulsionado por moedas estáveis para necessidades financeiras diárias práticas e poupança.
A região lidera em pagamentos digitais, com a cripto a resolver problemas do mundo real como altas taxas e volatilidade da moeda.
Um relatório publicado pela Dune fornece uma análise detalhada do estado atual da adoção de criptomoedas na América Latina. O relatório enfatiza a preferência dos latino-americanos por moedas estáveis denominadas em dólares. Tokens como o USDT da Tether e o USDC da Circle dominam o mercado local. Eles representaram mais de 90% do volume de transferências nas exchanges em julho de 2025, um aumento substancial em relação à participação de aproximadamente 60% em 2022.
Na Argentina, por exemplo, as moedas estáveis constituíram 72% de todas as compras de criptomoedas em 2024, superando amplamente o Bitcoin, que representou apenas 8%.
As moedas estáveis formam a espinha dorsal da economia on-chain na América Latina. Elas são usadas para pagamentos transfronteiriços, poupança e proteção contra a inflação, de acordo com o relatório. Um relatório separado da Fireblocks de 2025 descobriu que 71% dos entrevistados usam moedas estáveis para pagamentos transfronteiriços, e 100% têm estratégias relacionadas a esses ativos digitais.
Além de tokens atrelados ao dólar dos E.U.A., as moedas estáveis ligadas a moedas locais, como o Real Brasileiro (BRL) e o Peso Mexicano (MXN), estão ganhando força para pagamentos domésticos e comércio em cadeia.
No Brasil, os volumes de moedas estáveis ligadas ao BRL cresceram de $20,9 milhões em 2021 para cerca de $900 milhões em julho de 2025, com cinco moedas estáveis ativas. No México, os tokens MXNB e MXNe, ligados ao peso mexicano, atingiram $34 milhões em julho de 2025, um aumento de menos de $55.000 apenas um ano antes.
As Exchanges Centralizados Servem como o Principal Portal
As exchanges centralizadas (CEXs) são o principal ponto de entrada para os usuários na região. Estas plataformas gerenciaram 68,7% do volume de ativos digitais na América Latina em 2024, uma cifra comparável à da América do Norte. A Binance lidera com uma participação de mercado de 54%, seguida por jogadores locais como Lemon Cash e Bitso.
Os fluxos através das CEXs na América Latina cresceram 800% de 2021 a 2024. Isso equivale a um aumento de nove vezes, passando de $3 bilhões para $27 bilhões em volume anual. Em julho de 2025, os volumes atingiram $11,2 bilhões para a Bitso e $890 milhões para a Lemon Cash, mantendo um crescimento constante após uma desaceleração inicial em janeiro.
Os downloads de aplicações de criptomoeda na América Latina duplicaram no segundo trimestre de 2024, à medida que os volumes de on-ramp e off-ramp cresceram consideravelmente. Plataformas como ZKP2P, PayDece e Capa, que facilitam a conversão entre moeda fiat e criptomoedas, processaram volumes substanciais.
Por exemplo, a Capa registou quase $30 milhões e a PayDece cerca de 27,8 milhões de dólares até julho de 2025. Outras opções como Picnic, Exa e BlindPay funcionam como neobancos nativos de criptomoedas, integrando moedas estáveis, poupanças com rendimento e pagamentos diários. Estas aplicações são particularmente populares entre populações mais jovens e não bancarizadas.
Uso Prático de Cripto Atende Necessidades do Mundo Real
As descobertas da Dune alinham-se com um relatório da Chainalysis de 2024 que identificou o Brasil, México, Venezuela e Argentina entre os 20 principais países globalmente em adoção de criptomoedas. As aplicações práticas são diretas. A população da América Latina usa criptomoedas para pagamentos de salários, remessas, comércio transfronteiriço e preservação de valor.
No Brasil, as empresas utilizam criptomoedas para evitar altas taxas bancárias em pagamentos a fornecedores na Ásia. Entretanto, na Argentina, os usuários convertem seus salários em moedas estáveis para proteger seu poder de compra.
A América Latina Avança para o Primeiro Plano dos Pagamentos Digitais
A América Latina está a ultrapassar a Europa no domínio dos pagamentos digitais, particularmente na adoção de tecnologias que permitem transações diretamente através de smartphones. Esta é a principal conclusão do relatório “Aceitação de Pagamentos por Comerciantes” da Nuek, uma empresa de tecnologia especializada em infraestrutura de pagamento da Minsait, o braço tecnológico do Grupo Indra.
O relatório foi desenvolvido em colaboração com a AFI (Analistas Financeiros Internacionais). O estudo entrevistou mais de 5.200 consumidores bancarizados em 13 países, incluindo o Brasil, o Chile, a Colômbia, o Equador, o México, o Peru, a República Dominicana, o Uruguai, a Espanha, a Itália, Portugal e o Reino Unido.
O relatório também revela o rápido avanço da tecnologia SoftPOS, que transforma smartphones e tablets em terminais de pagamento, bem como o fortalecimento dos modelos de subscrição como uma nova fonte de receita para o retalho. Os dados mostram que 62% dos consumidores bancarizados na América Latina já pagaram em lojas usando soluções móveis, enquanto na Europa esta taxa é de 41%.
“Durante décadas, a aceitação de pagamentos digitais esteve estagnada em um modelo físico e custoso. A chegada do SoftPOS representa uma mudança de paradigma: o telemóvel torna-se o terminal em si, o comércio ganha agilidade e os custos diminuem drasticamente,” diz Javier Rey, CEO da Nuek. “Esta transformação democratiza o acesso à digitalização, permitindo que pequenos negócios se tornem parte da nova economia digital.”
Os pagamentos por subscrição lideram entre os jovens latino-americanos
O relatório também mostra o progresso dos pagamentos de assinaturas digitais na América Latina, uma tendência impulsionada principalmente pelos consumidores mais jovens. Na região, 58% dos usuários entre 18 e 34 anos citam a rapidez e a conveniência como fatores determinantes para a adoção deste modelo.
No Brasil, o cartão de crédito é o método de pagamento mais utilizado, mesmo entre consumidores com mais de 54 anos, reforçando a maturidade do país na chamada “economia de recorrência.”
“Os jovens estão a redefinir as suas relações financeiras e a transformar a forma como consomem. A economia da recorrência, antes restrita a grandes plataformas, está a começar a expandir-se para o comércio local,” comenta Rey. “O desafio agora é garantir soluções seguras, ágeis e intuitivas desde o primeiro contacto com o cliente.”
O Comércio Electrónico Internacional Perde Terreno
Outro ponto relevante é o baixo desempenho do e-commerce internacional, afetado por altos custos, preocupações de segurança e uma falta de integração entre diferentes sistemas de pagamento. Embora o e-commerce na América Latina tenha crescido 70% desde 2017, apenas 16% das vendas correspondem a transações internacionais. Mais de 70% dos consumidores na região afirmam ter enfrentado algum tipo de problema ao comprar em sites estrangeiros, em comparação com 50% dos europeus.
“A integração entre plataformas e a transparência nas taxas de câmbio são cruciais para desbloquear o potencial do comércio digital global. Acreditamos que a interoperabilidade tecnológica é o caminho para experiências de pagamento globais, seguras e sem atritos,” conclui Rey.
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A Dominância das Stablecoins: Por que 90% da Economia Cripto da América Latina Escolhe USDT e USDC - Cripto News Flash
Um relatório publicado pela Dune fornece uma análise detalhada do estado atual da adoção de criptomoedas na América Latina. O relatório enfatiza a preferência dos latino-americanos por moedas estáveis denominadas em dólares. Tokens como o USDT da Tether e o USDC da Circle dominam o mercado local. Eles representaram mais de 90% do volume de transferências nas exchanges em julho de 2025, um aumento substancial em relação à participação de aproximadamente 60% em 2022.
Na Argentina, por exemplo, as moedas estáveis constituíram 72% de todas as compras de criptomoedas em 2024, superando amplamente o Bitcoin, que representou apenas 8%.
As moedas estáveis formam a espinha dorsal da economia on-chain na América Latina. Elas são usadas para pagamentos transfronteiriços, poupança e proteção contra a inflação, de acordo com o relatório. Um relatório separado da Fireblocks de 2025 descobriu que 71% dos entrevistados usam moedas estáveis para pagamentos transfronteiriços, e 100% têm estratégias relacionadas a esses ativos digitais.
Além de tokens atrelados ao dólar dos E.U.A., as moedas estáveis ligadas a moedas locais, como o Real Brasileiro (BRL) e o Peso Mexicano (MXN), estão ganhando força para pagamentos domésticos e comércio em cadeia.
No Brasil, os volumes de moedas estáveis ligadas ao BRL cresceram de $20,9 milhões em 2021 para cerca de $900 milhões em julho de 2025, com cinco moedas estáveis ativas. No México, os tokens MXNB e MXNe, ligados ao peso mexicano, atingiram $34 milhões em julho de 2025, um aumento de menos de $55.000 apenas um ano antes.
As Exchanges Centralizados Servem como o Principal Portal
As exchanges centralizadas (CEXs) são o principal ponto de entrada para os usuários na região. Estas plataformas gerenciaram 68,7% do volume de ativos digitais na América Latina em 2024, uma cifra comparável à da América do Norte. A Binance lidera com uma participação de mercado de 54%, seguida por jogadores locais como Lemon Cash e Bitso.
Os fluxos através das CEXs na América Latina cresceram 800% de 2021 a 2024. Isso equivale a um aumento de nove vezes, passando de $3 bilhões para $27 bilhões em volume anual. Em julho de 2025, os volumes atingiram $11,2 bilhões para a Bitso e $890 milhões para a Lemon Cash, mantendo um crescimento constante após uma desaceleração inicial em janeiro.
Os downloads de aplicações de criptomoeda na América Latina duplicaram no segundo trimestre de 2024, à medida que os volumes de on-ramp e off-ramp cresceram consideravelmente. Plataformas como ZKP2P, PayDece e Capa, que facilitam a conversão entre moeda fiat e criptomoedas, processaram volumes substanciais.
Por exemplo, a Capa registou quase $30 milhões e a PayDece cerca de 27,8 milhões de dólares até julho de 2025. Outras opções como Picnic, Exa e BlindPay funcionam como neobancos nativos de criptomoedas, integrando moedas estáveis, poupanças com rendimento e pagamentos diários. Estas aplicações são particularmente populares entre populações mais jovens e não bancarizadas.
Uso Prático de Cripto Atende Necessidades do Mundo Real
As descobertas da Dune alinham-se com um relatório da Chainalysis de 2024 que identificou o Brasil, México, Venezuela e Argentina entre os 20 principais países globalmente em adoção de criptomoedas. As aplicações práticas são diretas. A população da América Latina usa criptomoedas para pagamentos de salários, remessas, comércio transfronteiriço e preservação de valor.
No Brasil, as empresas utilizam criptomoedas para evitar altas taxas bancárias em pagamentos a fornecedores na Ásia. Entretanto, na Argentina, os usuários convertem seus salários em moedas estáveis para proteger seu poder de compra.
A América Latina Avança para o Primeiro Plano dos Pagamentos Digitais
A América Latina está a ultrapassar a Europa no domínio dos pagamentos digitais, particularmente na adoção de tecnologias que permitem transações diretamente através de smartphones. Esta é a principal conclusão do relatório “Aceitação de Pagamentos por Comerciantes” da Nuek, uma empresa de tecnologia especializada em infraestrutura de pagamento da Minsait, o braço tecnológico do Grupo Indra.
O relatório foi desenvolvido em colaboração com a AFI (Analistas Financeiros Internacionais). O estudo entrevistou mais de 5.200 consumidores bancarizados em 13 países, incluindo o Brasil, o Chile, a Colômbia, o Equador, o México, o Peru, a República Dominicana, o Uruguai, a Espanha, a Itália, Portugal e o Reino Unido.
O relatório também revela o rápido avanço da tecnologia SoftPOS, que transforma smartphones e tablets em terminais de pagamento, bem como o fortalecimento dos modelos de subscrição como uma nova fonte de receita para o retalho. Os dados mostram que 62% dos consumidores bancarizados na América Latina já pagaram em lojas usando soluções móveis, enquanto na Europa esta taxa é de 41%.
Os pagamentos por subscrição lideram entre os jovens latino-americanos
O relatório também mostra o progresso dos pagamentos de assinaturas digitais na América Latina, uma tendência impulsionada principalmente pelos consumidores mais jovens. Na região, 58% dos usuários entre 18 e 34 anos citam a rapidez e a conveniência como fatores determinantes para a adoção deste modelo.
No Brasil, o cartão de crédito é o método de pagamento mais utilizado, mesmo entre consumidores com mais de 54 anos, reforçando a maturidade do país na chamada “economia de recorrência.”
O Comércio Electrónico Internacional Perde Terreno
Outro ponto relevante é o baixo desempenho do e-commerce internacional, afetado por altos custos, preocupações de segurança e uma falta de integração entre diferentes sistemas de pagamento. Embora o e-commerce na América Latina tenha crescido 70% desde 2017, apenas 16% das vendas correspondem a transações internacionais. Mais de 70% dos consumidores na região afirmam ter enfrentado algum tipo de problema ao comprar em sites estrangeiros, em comparação com 50% dos europeus.